O pudor é um sentimento um tanto quanto complexo, difícil de definir, ele incide sobre diferentes objetos, mas o mais comum é o relacionado a nudez. A sua origem é antiga, mas o pudor teve em cada época um aspecto diferente. As duas definições mais comuns e significativas do conceito de pudor: “sentimento de vergonha, de incomodo que se tem ao fazer, enfrentar ou ser testemunha das coisas de natureza sexual; disposição permanente para esse sentimento” e “incomodo que se sente perante aquilo que a dignidade de uma pessoa parece proibir”, elas foram resumidas por Jean-Claude Bologne, filólogo francês, no livro História do Pudor (Teorema).
O dicionário distingue-lhe, também, dois sentidos, apresentando-nos um pudor corporal, sexual, e outro dos sentimentos. Martin Seligman, investigador da área da psicologia positiva, define-o como uma das 24 forças (de carácter) presentes nas seis virtudes humanas.
No passado o pudor já foi lei, havia e devia haver um véu de mistério, uma zona invisível e sensível que era escondida em todas as formas de interação, tanto as publicas como as privadas e até mesmo as íntimas. O pudor era uma atitude de contenção na dádiva e na aceitação, era um ritual completo de minúcias e detalhes, que se destinava a acentuar as diferenças de gênero.
As mulheres controlavam seus desejos e se inibiam d quaisquer sinais de índole sexual, a mulher era o objeto de desejo e não um sujeito desejante. Eles impediam que as mulheres pudessem resultar ameaçadoras de qualquer virilidade mal estabelecia.
Os homens tinham que controlar suas emoções, não podiam chorar e muito menos mostrarem-se frágeis dando permanente testemunho de um conjunto de características definindo, assim, a masculinidade. Tinham de ser resistentes a qualquer tipo de dor e sofrimento, corajosos, protetores, seguros e decididos. Os homens, para ascenderem ao mais alto grau estatuário, deviam mostrar disciplina e serem capazes de manter em controle o que sentiam.
Os tempos e as mentalidades mudaram, mesmo que nada se perca, tudo se transforma, e atualmente, deste pudor antigo, temos apenas visões cheias de caricatura, porém, este pudor antigo fez com que chegássemos a um equilíbrio e a uma elegância de ser e estar.
Pudor
O pudor é um assunto controverso, que difere da humildade, da modéstia e da vergonha. A distância do pudor e estes conceitos é mais fácil de ser estabelecida quando se trata de corpo do que quando se trata de sentimento. Alguns o chamam de “vergonha corporal”, em excesso é chamado de “puritanismo”. Condicionado pela cultura, mas também pelo lugar e a ocasião. O impudor quando levado a extremos se converte em exibicionismo. Algumas culturas e religiões expressam o pudor através do uso das roupas, das vestimentas, que lhes cobre todo o corpo com a excesão do rosto e das extremidades (mãos e pés). Em alguns países as expressões de pudor são voluntárias, em outros são forçados sob pena de morte.
O nudismo também pode conter uma versão mais suave, principalmente em esculturas, pinturas ou fotografias. A folha de figueira cobrindo as partes mais intimas aparece em muitas pinturas, uma peça de roupa ou até mesmo os braços e/ou as mãos cobrem as partes geniais. No cinema filmam o individuo da cintura para cima, de costas, e, no caso das mulheres, dos ombros para cima, virando o corpo das personagens ou interpondo objetos ao mesmo, ocultando as partes intimas, para não corem risco de o atentado ao pudor.
Não há um único tipo ou espécie de pudor, há vários ao longo das épocas e até dentro do mesmo tempo histórico, ou seja, a tipologia de pudor é algo extremamente variado:
O nudismo também pode conter uma versão mais suave, principalmente em esculturas, pinturas ou fotografias. A folha de figueira cobrindo as partes mais intimas aparece em muitas pinturas, uma peça de roupa ou até mesmo os braços e/ou as mãos cobrem as partes geniais. No cinema filmam o individuo da cintura para cima, de costas, e, no caso das mulheres, dos ombros para cima, virando o corpo das personagens ou interpondo objetos ao mesmo, ocultando as partes intimas, para não corem risco de o atentado ao pudor.
Não há um único tipo ou espécie de pudor, há vários ao longo das épocas e até dentro do mesmo tempo histórico, ou seja, a tipologia de pudor é algo extremamente variado:
- O individual: diz respeito ao que cada indivíduo interioriza, de acordo com o seu caráter, prevalecendo no século XIX;
- O social: ligado com os limites tolerante em função do lugar e do estrato social, sua expressão ganhou fôlego na França do século XVII;
- O cristão: ligado a consciência do pecado original;
- O sagrado: proibiam a entrada de pessoas num templo sem estar purificado, predominantemente na Grécia Antiga, reaparecendo por momentos nos anais da cristandade ocidental, principalmente nos finais do século XVII;
- O religioso: ergue-se contra a nudez pagã, inscrevendo-se num quadro bem mais vasto que é a luta contra o paganismo;
- O sexuado: constitui a parte mais constante da herança helenística, o homem nu não choca, a mulher nua é escandalosa, pelo que são raras as estátuas de mulheres nuas, por exemplo.
O sentido do pudor vai evoluindo e adaptando-se. Por exemplo, nos anos 60 se uma mulher fosse a rua de mini-saia, como hoje, seria considerado impudico, pois isso ressaltaria o aspecto sexual, com este caso podemos verificar uma relação entre moda e pudor: a primeira faz evoluir o conceito da segunda.
Referências Bibliográficas
__________. Já não há pudor? Quando o tema é a vergonha do corpo e dos sentimentos. Kaminhos. Disponível em:. Acesso em: 08 out. 2008.
LEAL, Isabel. Assunto controverso: O Pudor. Kaminhos. Disponível em: . Acesso em: 08 out. 2008.
Impudor
A fronteira entre o individual e o social, quando se trata de pudor, é muito sutil. Socialmente e atualmente, aqui no Brasil, em especial, permite-se o uso de roupas curtas, decotes, transparências. Já em termos individuais, adaptamo-nos ao pudor dos outros. O pudor é um sentimento estruturante, e como um individuo é um ser social, pois está inserido em uma sociedade e precisa se sentir integrado nela, isto é, aceito pelos outros, com isso o individuo tem que encontrar o equilíbrio entre ele e os outros, ou seja, entre o individual e o social, não se focando apenas no próprio bem estar.
Referências Bibliográficas
__________. Já não há pudor? Quando o tema é a vergonha do corpo e dos sentimentos. Kaminhos. Disponível em:
Reflexão emocionante aqui, tópicos deste modo emotivam aos que observar neste blogue .....
ResponderExcluirDá mais de este espaço, aos teus seguidores.