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quarta-feira, 24 de setembro de 2008

A pele e o Tato

Esse é um dos meus ultimos trabalhos, que eu fiz para a matéria de Ergodesign (professora Caroline Zanardo)


1. A pele e o tato

1.1 A Pele

A pele é o maior órgão do corpo humano, além de ser o mais pesado, constitui 15% do peso corporal, ela é o revestimento externo do corpo, responsável pela proteção do organismo. A pele também é conhecida como tez ou cútis, que é o seu nome anatômico internacional.



A epiderme, a derme e a hipoderme são as três camadas da pele, bem unidas entre si, que possui vários órgãos em anexos, como os folículos pilosos, as glândulas sudoríparas e as sebáceas.

A camada mais externa da pele, aquela que nós podemos ver, é a epiderme, sua principal função é formar uma barreira protetora do corpo, dificultando a entrada de substancias e de micróbios no organismo. Em seguida vem a derme, a camada do meio, formada por grandes quantidades de vasos sanguíneos, fibras e terminações nervosas, que recebem os estímulos do meio ambiente e os transmitem ao cérebro, através dos nervos. Tais estímulos trazem sensações como o frio, calor, dor, pressão, vibração, cócegas e prazer. A ultima camada da pele é a hipoderme, ela é basicamente formada por células de gordura, devido a isso, sua espessura é bem variável, depende se a pessoa é gorda ou magra. A hipoderme apóia e une a epiderme a derme ao resto do nosso corpo, alem disso, ela mantém a temperatura do corpo e acumula energia para o desempenho das funções biológicas. Mesmo com essa proteção a pele é permeável e absorve substâncias.

A cor da pele se da através de um pigmento chamado melanina, que em maior ou menor quantidade, determina a variação da pele branca a negra. Este mesmo pigmento ajuda na proteção do sol, por isso a pela clara é muito mais desprotegida, pois tem menor concentração de melanina, correndo maior risco de queimaduras.

A pele não é apenas responsável pela devesa e proteção do organismo, mas também pela termorregulação e pela percepção. Ela não é 100% eficaz, mas ela nos protege das doenças.

A epiderme tem zonas que são sujeitas a maior atrito, como as palmas das mãos e, principalmente os pés essas zonas têm uma camada mais grossa, conhecida como pele glabra, que pode chegar a ter até 2mm de espessura.

O queratinócito é a célula principal, que constitui a epiderme, ele que produz a queratina, uma proteína impermeável responsável pela proteção. Os nutrientes e o oxigênio chegam à epiderme a partir de vasos sanguíneos da derme por difusão, já que a própria não possui vasos sanguíneos, pois se houvesse vasos, eles ficariam mais sujeitos a serem “penetrados” por microorganismos.

Sustentando a epiderme, se encontra a derme, um tecido conjuntivo constituído por colágeno e elastina e outros elementos. Na derme se encontram os nervos e os órgãos sensoriais.

Constituída por tecidos adiposos que protege contra o friu encontramos a hipoderme, um tecido conjuntivo frouxo ou adiposo localizado entre a derme e a fascia muscular. Suas funções são a de reservatório energético, isolante térmico, absorção de choque e fixação dos órgãos, alem de modelar a superfície corporal.

A função principal da pele é a proteção do organismo das ameaças físicas externas, mas ela também tem função imunitária, além de ser o principal órgão que regula o calor, protegendo contra a desidratação. A pele tem funções nervosas, que constitui o sentido do tato e as funções metabólicas, que são responsáveis pela produção da vitamina D, que geralmente é “despertada” pelo sol.

Por apresentar numerosas terminações nervosas, algumas livres e outras com comunicação com órgãos sensoriais especializado, a pele é um órgão sensorial que constitui o sentido do tato, tendo capacidade de detectar sinais que criam as percepções da temperatura, pressão, movimento e dor, além de ser um importante órgão na função sexual.

No total, a pele, mede cerca de 2 metros quadrados, equivalente a um retângulo de dois metros de comprimento e um metro de largura, pesa cerca de 3 quilos. Ainda dentro do útero, as crianças, seis a oito semanas antes de seu nascimento, tem as impressões digitais formadas. Dois milhões de glândulas sudoríparas, que são responsáveis pela desintoxicação e irrigação da pele, por meio do suor, estão distribuídas ao longo da pele, sua maior concentração está nas palmas das mãos, 370 por centímetro quadrado. O fluxo sanguíneo em dias frio, na pele, é de 0,5 litros por minuto, e em dias quentes sobe para 3 litros por minuto, para refrescar.

1.2 O Tato

Aristóteles propôs cinco sentidos básicos, entre ele o tato, lógico que as definições dele para as atuais sofreram varias alterações. O tato é muito utilizado pelos cegos, devido a falta da visão eles “enxergam” com as mãos.

O sentido do tato não é encontrado em uma região especifica, pois todas as regiões do organismo possuem mecanorreceptores, que são responsaveis peã percepção do toque, termoceptores responsaveis pela percepção do frio e do calor, alem das terminações nervosas livres que são responsaveis pela percepção da dor que muda apenas de intensidade.

As várias terminações nervosas, que a pele possui, fazem com que sejamos capazes de obter as percepções táteis, essas terminações são chamadas de receptores táteis ou mecanorreceptores, como o corpúsculo de Vater Paccini responsável pela percepção da pressão; corpúsculo de Meissner, responsável pela percepção do tato leve quando passamos ligeiramente as mãos por uma superfície, são eles responsáveis pelas sensações que experimentamos; discos de Merkel que captam toques leves; corpúsculos de Krause responsável pela percepção do friu e o corpúsculo de Ruffini responsável pela percepção do calor. Tais terminações nervosas são sensíveis aos estímulos térmicos, mecânicos e dolorosos.

De acordo com a temperatura externa, os termoceptores reagem. Os receptores para o calor quando a temperatura externa é quente e os para o frio são estimulados quando a temperatura externa é fria. As terminações nervosas livres reagem a estímulos mecânicos, térmicos e químicos. Em regiões mais profundas há também corpúsculos que são responsaveis pela percepção de vibrações e pressões fortes, são eles os lábios, papilas mamárias, clitóris e o pênis.

O tato não é apenas um dos sentidos, pois é resultante de muitos “ingredientes”, como sensibilidades superficiais (epidérmicas e dérmicas) e profundas (proprioceptiva, ligada ao movimento), vontade de explorar a atividade motora, memória, emoções e imaginação.

Na pele existem cerca de cinco milhões de receptores do tato, só nas pontas dos dedos tem uns três mil que enviam, através da medula, impulsos nervosos ao cérebro.

Alem de ser o primeiro sentido que nós desenvolvemos, o tato permanece ativo mesmo depois que a audição e a visão começam a desaparecer. Provavelmente o mais primitivo dos sentidos é o tato, além de ser o mais elementar e quiçá a mais predominante experiência do ser humano, independente da idade ou se ainda está para nascer. O bebê explora o mundo pelo tato, esse sentido é seu primeiro guia, descobre por ele onde termina seu corpo e começa o mundo exterior.

A estimulação tátil é tão importante para o desenvolvimento que se tornou uma necessidade básica, ele é um sentido que nos permite perceber o ambiente ao nosso redor, nós sentimos com o “olho da mente”.

Sentimos o que esta passando em nossa pele pelos corpúsculos que enviam os impulsos nervosos até o cérebro que o interpreta. Até os pêlos do nosso corpo, que estão presos na pele por uma raiz com vários receptores, avisam ao cérebro quando alguma coisa os atinge, além de também ajudarem a controlar a temperatura do corpo.

Os cegos têm o tato tão desenvolvido e sensível que são até capazes de sentir se os objetos têm cores diferentes pela temperatura deles, o tato compensa a falta de visão. Nosso cérebro é capaz de formar imagens através do tato. O cego usa as informações da memória, tato, descrição, localização espacial e outros sentidos para formar uma imagem parecida com a que nós enxergamos.

Quando acariciamos a pele de modo superficial e tênue os receptores sensitivos enviam a informação ao centro de prazer, que nos faz sentir cócegas, este é o resultado de uma sensação tátil.

Durante o sono o sentido mais ativo é o tato, funcionando como o vigia do corpo adormecido, pois os órgãos responsáveis por ele estão conectados a sensores que enviam continuamente mensagens ao cérebro.

1.3 A importância da pele e do tato no ergodesign

Cada tecido causa uma sensação diferente, devido a sua textura, a sua trama, alguns lembram à infância, dão uma sensação boa, de conforto, outros lembram sensações ruins, pois também estão ligados ao emocional.

Alguns tecidos não são agradáveis a pele, ao tato, causam uma certa irritação, “pinicam”, ou são muito quentes para se sentir, ou usar no calor, ou são muito frios, enfim. Para se criar uma roupa não só para usar no dia-a-dia, mas principalmente para certos tipos de trabalhos, é necessário que se conheça, principalmente, a pele do ser humano para depois adequar o tecido a ela e ao seu público destinario.

Pessoas que fazem caminhadas, ou melhor, trilha em montanhas não basta estar encapotados com os agasalhos, se estes não forem os apropriados para tal esporte. “Quando o homem se levantou da savana e se aventurou pelas montanhas e sertões, precisou também cobrir a pele e se proteger do clima hostil. Peles de animais foram a primeira opção – mas muito pesada. A lã foi idéia que veio a seguir e, mesmo molhada, protege bem do frio. Mas foi o algodão que acabou prevalecendo, por oferecer tecidos leves e gostosos de vestir. No agreste, porem, o algodão não oferece grande proteção à combinação de chuva e vento. Molhado o tecido de algodão se encharca d’água , que rouba do corpo doses colossais de calor, podendo induzir uma hipotermia. Em situações como a citada acima, roupas de algodão são mesmo um perigo, se não houver uma capa impermeável pó cima. ” (BECK).

Com toda a tecnologia existente fibras novas e sintéticas foram criadas, como o polipropileno, poliamida (nylon) e o poliéster. Esses tecidos sintéticos são impermeáveis quando resinados, não absorvem água, além de serem resistentes a abrasão e cortes. Por outro lado as coberturas impermeáveis não “respiram”, e assim, não tendo por onde evaporar, o suor acaba molhando a roupa que se tem pó baixo, com esse novo “problema” foram obrigados a inventar outros meios para permitir que o tecido “respire” sem se encharcar pela água da chuva, e um desses tratamentos é conhecido como hidro-repelente. Tratamentos químicos também foram inventados, eles conduzem o suor da pele para fora, onde é disperso, porém nem sempre funcionam, principalmente quando o suor é intenso, além de tal tratamento ser removido com o passar do tempo, devido às lavagens. Essas novas fibras eram ótimas, porem desagradáveis ao tato, por serem sintéticas, por isso, durante anos, o “algodão reinou”.

Foram criadas fibras com filamentos finos, para que devolvessem a sensação de maciez do algodão aos novos tecidos, e assim, novos processos de texturização criaram uma nova geração de fios, tecidos sintéticos, como o supplex e o tactel, fazendo com que evoluísse, pois eram agradáveis ao tato. O supplex ficou muito conhecido como roupa de caminhada, ela cria um “microclima” ao redor do corpo, é um tecido que protege do calor, respira bem, quase não absorve água ou suor e seca muito rápido, além de ser gostoso de tatear, consequentemente de vestir, alem de resistir a cortes e a abrasão.

“Claro que todo esse avanço não foi feito preocupada com as necessidades peculiares de montanhistas, campistas ou pescadores. Apenas nos beneficiamos de fios e tecidos criados para a moda urbana – mas que, por suas características, altamente desejáveis, encontraram lugar no vestuário de esportistas e aventureiros.” (BECK). A micromattique, uma microfibra de poliéster, com um filamento mais fino do que a seda, de inicio foi desenvolvida para a moda, é um tecido agradável ao tato devido a sua maciez. O tecido de micromattique é macio e quente, embora seja um pouco mais fino do que o “soft-brush”.

Para quem vai a um lugar onde possui neve, não basta estar bem agasalhado, tem que estar com roupas, ou seja, agasalhos que sejam de tecidos certos, especiais, para que a pessoa esteja totalmente protegida do frio.

Pela cabeça nós perdemos a maior parte do calor, por isso gorro e protetor de orelhas não podem deixar de serem usado, os cachecóis protegem o pescoço, além de poderem ser enrolados ao redor da cabeça, protegendo o nariz, ou então usar uma mascara que só deixa os olhos de fora, conhecida como balaclava, os casacos tem que possuir forros, fecho duplo, bolsos e capuz, as luvas tem que ser impermeáveis, a calça de neve deve usada por cima de ouras calças, alem de serem de tecidos impermeáveis, alem de serem em formato de macacão e possuírem elásticos na canela para a neve não entrar, oura opção são as calças quebra-vento, que são feitas de finos tecidos impermeáveis, elas não deixam o frio entrar, mantendo-o do lado de fora, os long johns parecem uma meia calça bem grossa, mas são de tecidos finos e vão até a canela, por cima dele se usa as calças térmicas que são bem mais grossas, as botas de neves tem um solado próprio, não deixa a pessoa escorregar, tem forro e são impermeáveis, e o óculos de sol não pode faltar, principalmente quando faz sol, além disso existem saquinhos químicos que produzem calor, geralmente os colocam dentro das luvas e das botas.

A roupa é a nossa segunda proteção, nossa segunda pele, portanto é importante estarmos vestidos adequadamente a cada ocasião, e também estarmos satisfeitos com a sensação que o tecido nos proporciona. Cada tecido possui uma característica, como elasticidade, aderência, maleabilidade, peso, etc. que, quando em contato com a pele, produzirão diferentes sensações.

BIBLIOGRAFIA

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